Na Esalflores, a escalada das vendas na estação mais florida do ano garante o aquecimento do setor; mas a retração refletida pela pandemia ainda assusta
A Primavera é a estação que anuncia a chegada dos períodos mais quentes do ano, trazendo um ar de transição tanto do frio para o calor quanto dos hábitos mais caseiros para os mais externos. A transformação da natureza, que renova ciclos e deixa tudo florido, também traz mudanças para o setor que mais se destaca na primavera: o das floriculturas. No geral, o segmento se prepara reforçando os estoques e preenchendo as prateleiras com espécies coloridas e cheias de vida para atender a demanda de quem quer levar um pouquinho da estação para dentro de casa. Mas neste ano, os reflexos econômicos da pandemia ainda preocupam os comerciantes do setor.
Para Bruno José Esperança, diretor geral da Esalflores, uma das mais importantes e abrangentes redes de floriculturas do país, a palavra para a primavera 2021 no mercado de flores é “equilíbrio”. “Os últimos dois anos foram muito desafiadores. Nosso segmento sofreu muito com a pandemia, tivemos que nos reinventar e redirecionar o estilo de comercialização, apostando em novos canais de venda e em diferentes formas de divulgação. Conquistamos novos públicos com a disseminação dos hábitos relacionados a plantas durante o isolamento social, o que nos deixou bastante otimistas e focados, mas ainda estamos passando por uma fase delicada. Por esse motivo, buscamos encontrar a linha assertiva entre apostar no crescimento a longo prazo com novos investimentos e se manter conservador enquanto o mercado ainda não está completamente estável”, diz o empresário.
No último mês de Julho, a Esalflores inaugurou sua mais nova unidade no bairro Xaxim, na cidade de Curitiba. A loja conta com uma área total de mais de 8 mil m², capacidade para reunir mais de 100 mil plantas de diversas variedades, além de artigos para presentes, Garden Center completo e uma unidade da Esalpet anexa. “O lançamento da nova unidade foi um investimento audacioso. Arriscamos e colhemos bons frutos, mas para isso foi preciso realizar adaptações nas operações e diminuir a margem de lucro. São as compensações necessárias para manter o negócio em expansão em um cenário tão inconstante”, afirma Bruno Esperança.
Primavera 2021 - Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), a produção no setor cresceu 20% em 2020 em comparação ao ano anterior, impulsionados principalmente pelas vendas em delivery. A expectativa para 2021 com o início da primavera é de um reaquecimento significativo, estimulado agora pelo avanço na vacinação e atenuação gradual da pandemia. “A primavera é sempre um período relevante para a definição de estratégias de atuação para nós, e com a volta, mesmo que aos poucos, à normalidade conseguimos projetar em um futuro cada vez mais próximo uma possível estabilidade do mercado”, comenta Bruno Esperança. Além disso, o comportamento do público com o fim das restrições de isolamento ainda é incerto. “Não sabemos como as pessoas vão se comportar no futuro, se os hábitos de compra online adquiridos na pandemia serão mantidos, ou as compras presenciais voltarão a ser prioridade. No momento seguimos focados em disponibilizar o melhor em variedade, qualidade e experiência de compra tanto na plataforma digital quanto em nossas unidades”, completa o diretor geral da Esalflores.
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