De acordo com o CAU/BR (Conselho
de Arquitetura e Urbanismo do Brasil), 62%
dos arquitetos e urbanistas registrados no país são mulheres. Na faixa até
30 anos, elas chegam a representar 73% dos profissionais. Em 2016, o Instituto
Americano de Arquitetos (AIA na sigla em inglês) publicou o
documento "Diversity in the Profession of Architecture," seu
primeiro relatório de diversidade em uma década. Esta publicação acompanhou a
criação da "Comissão da Igualdade na Arquitetura," um
painel de vinte arquitetos, educadores, e profissionais da diversidade para
pesquisar sobre diversidade e inclusão na profissão. O relatório destaca
três obstáculos para as mulheres na arquitetura: preocupações em relação ao
equilíbrio vida-trabalho, longas jornadas de trabalho e falta de flexibilidade.
Dessa forma, o estudo conclui que para atrair e manter mais mulheres na
profissão, deve-se promover melhor equilíbrio nestas questões. Equilíbrio,
aliás, encontrado pela decoradora Yara Mendes para exercer sua profissão. Há
mais de 30 anos no mercado, Yara começou a trabalhar numa época em que os pais
e maridos sonhavam com suas filhas cuidando exclusivamente da casa e dos
filhos. “Mas eu cresci num ambiente muito estimulante, e com 15 anos comandei
uma reforma completa na casa dos meus pais. Depois me especializei em literatura,
história da arte e psicodrama, passei a dar aulas de teatro. Mas a semente da
arquitetura estava em mim”, conta Yara que conciliou carreira e maternidade de
um jeito bem leve. “Minha vida sempre
foi bem divertida e meus filhos me acompanharam em tudo. Dessa forma, todos
foram estimulados a usar a criatividade e buscar realização pessoal e
profissional”, finaliza.
Não só na arquitetura, mas em toda
a cadeia produtiva, mulheres são especialmente importantes uma vez que estudos
demonstram que eles melhoram toda a base de valores econômicos, ambientais
e sociais. É o caso da arquiteta Elaine Zanon. Reconhecida na profissão e há
mais de 20 anos na área, ela aproveitou as boas relações diplomáticas para se
engajar na luta por um país mais ético e justo. Seu trabalho foi reconhecido
neste mês pela Assembleia Legislativa do Paraná, e ela recebeu uma Menção
Honrosa pelo apoio e participação na Campanha Todos pela Paz. “Costumo falar que eu tenho dois lados: o
lado A, da arquitetura, e o lado B, de Brasil. Diante de tudo que está
acontecendo em nosso país, no lugar de reclamar, decidi agir”, conta Elaine
que, frequentemente, vai a Brasília para se reunir com autoridades para tratar
de questões ligadas às políticas públicas. “Hoje me sinto ainda mais
responsável pelo país. Saí da minha zona de conforto, mas tem sido uma
experiência gratificante”, completa Elaine.
De acordo com o Instituto
Catalyst, empresas com mais mulheres em cargos mais elevados desfrutam de
maiores salários, maior retorno em investimentos, lucro e produtividade - por
grande margem. O impacto econômico das mulheres é algo para ser levado em
consideração. “Somos naturalmente
multifuncionais”, avalia Fernanda Cassou. A arquiteta, que está à frente do
escritório que leva seu nome, é também sócia do Gallerist, um dos maiores e
melhores e-commerces de moda do país. Para ela, a chave está no equilíbrio de
todas as funções. “Isso não é fácil, mas a gente consegue”, finaliza.
Artefacto e as mulheres
Na Artefacto Curitiba, 12 dos 18
espaços da Mostra deste ano são assinados por mulheres. Essa proporção
acompanha os projetos para as vitrines, que acontecem ao longo do ano. “Características essencialmente femininas
fazem grande diferença em projetos de arquitetura e interiores. Isso porque
atenção aos detalhes, busca por conforto e sensibilidade para entender os
desejos dos clientes são marcas importantes em qualquer trabalho”, conta Ingrid
Moskalewski, gerente comercial da Artefacto. Perguntamos às arquitetas
quais móveis são os seus preferidos e porquê.
Confira:
Elaine Zanon
Sofá Cage – super confortável
e com design diferenciado, o sofá é amplo e exclusivo.
Poltrona Antilhas –
trabalhada artesanalmente, ela é uma peça que carrega o talento de quem a
manufaturou.
Sofá Austral –
contemporâneo e leve, o Austral se adapta bem em ambientes diferentes.
Poltrona Megan – super
confortável e aconchegante, a Megan é também imponente. (imagem ao lado)
Yara Mendes

Sofá
Coqueille – pelas leves linhas arredondadas. É extremamente
atual e atemporal.
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