A mostra celebra o centenário do
arquiteto curitibano
O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe no dia 27 de Agosto, quinta, às 19 horas, nas salas 4 e 5, a mostra “Nos pormenores um universo – Centenário de Vilanova Artigas” sobre o arquiteto curitibano João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), que completaria 100 anos em 2015. Às 18h, haverá uma conversa com as curadoras Giceli Portela e Maria José Justino com mediação de Jeferson Dantas Navolar, presidente do CAU-PR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná), no Miniauditório do MON, com entrada franca.
A exposição, que ocupará duas salas -
cerca de mil metros quadrados - trará projetos originais, desenhos artísticos do
arquiteto e maquetes (de vários formatos e escalas), além de obras dos artistas
do modernismo aos concretos, principalmente aqueles que influenciaram a obra de
Artigas, fotografias e documentos do acervo da família. Haverá também vídeos e
recortes do documentário que foi produzido especialmente para o a comemoração do
centenário.
Para a diretora-presidente do Museu
Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, o Museu Oscar Niemeyer apresenta aos
paranaenses as inúmeras facetas do arquiteto nascido em Curitiba que se tornou
internacional ao dedicar-se a educação e à construção da identidade da
arquitetura nacional. “Assim, o MON dá sequência ao seu papel de indutor do
desenvolvimento cultural no estado e responsável pela disseminação de
conhecimento a partir do universo simbólico local para refletir sobre o mundo
contemporâneo”, complementa.
Apesar da importância de Artigas na
arquitetura nacional e mundial, seu trabalho ainda é pouco conhecido em sua
terra natal. Mesmo assim, entre projetos, estudos e anteprojetos deixou cerca de
30 obras espalhadas pelo Paraná, principalmente na capital e em
Londrina.
A curadora Giceli Portela conta sobre
sua experiência em Curitiba: “O contato com sua cidade de origem sempre foi
permanente. Seja em reuniões com os parentes, nas temporadas que aqui passou,
seja no campo profissional. Projetou casas para a família e os amigos, além do
Hospital São Lucas, no bairro Juvevê. Em 1962, quando foi implantado o curso na
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Artigas foi convidado para integrar o
corpo docente, mas, com a vida já estabelecida em São Paulo, declinou o convite.
No entanto, apesar da recusa, deu inúmeras palestras e sua produção influenciou
algumas gerações de arquitetos formados na UFPR”.
A casa paranaense de sua infância foi
referência para algumas residências que o arquiteto projetou na capital
paulista, levando paredes de madeira e lambrequins paranaenses aos projetos. Um
reconhecimento do valor e identidade inicialmente pouco valorizada em Curitiba e
que Artigas apresentou ao resto do país.
O arquiteto se tornou um dos nomes
mais respeitados na arquitetura brasileira do século 20. Dentre os 700 projetos
que produziu durante sua carreira, destacam-se: Edifício da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; Conjunto Habitacional
Zezinho Magalhães Prado, em Guarulhos; Passarelas Urbanas; Estádio de Futebol do
Morumbi; clubes; sindicatos e várias casas.
A curadora Maria José Justino analisa:
“Falar de João Vilanova Artigas é mergulhar em um universo múltiplo. Essa
exposição busca mostrar o arquiteto, o artista, o mestre, o político e o
cidadão. E, em todas as perspectivas, Artigas mostrou-se íntegro. É, antes de
tudo, um pensador. Um homem que pensa a sua condição humana, o seu presente, a
realidade de seu país e o seu papel enquanto profissional e cidadão”.
A mostra ocupará duas salas terá um
percurso conduzido a partir de uma cronologia da vida e da obra de Vilanova
Artigas, que se distribuirá em seis núcleos expositivos. O público poderá
conferir a exposição até 14 de fevereiro de 2016.
João Batista Vilanova Artigas –
Nascido em Curitiba,
em junho de 1915, João Batista Vilanova Artigas mudou-se para São Paulo e se
formou arquiteto pela Escola Politécnica da USP, em 1937. Foi fundador da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1948, na
qual liderou, mais tarde em 1962, um movimento para a reforma de ensino que
influenciou outras faculdades de arquitetura no Brasil. Foi bolsista da John
Simon Guggenheim Foundation em 1947. Militante dos movimentos populares no
Brasil, foi perseguido pela ditadura militar, tendo sido expulso da Universidade
em 1969, juntamente com outros professores brasileiros. Sua obra foi duas vezes
premiada internacionalmente pela União Internacional de Arquitetos - UIA (Prêmio
Jean Tschumi - 1972 e Prêmio Auguste Perret – 1985, este póstumo).
Legenda: Casa do
arquiteto.
Crédito fotografico: Nelson Kon
Serviço: Exposição " Nos
pormenores um universo – centenário de Vilanova Artigas"
Data: 27 de Agosto, quinta-feira
Conversa com
as curadoras Giceli Portela e Maria José Justino
Mediação:
Jeferson Dantas Navolar (presidente do CAU-PR)
Horário:
18h
Local:
Miniauditório (subsolo)
Abertura: 19
horas
Salas: 4 e
5
Entrada
gratuita para a conversa e a abertura.
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